Aguçam a língua como a serpente. Salmo 140:3
– Cuidado com a Connie! – disse meu esposo. – Você vai acabar se machucando.
– Que nada! – insisti. – Connie é minha amiga.
Connie era minha jiboia de estimação. Estava comigo desde pequenina. Gostava de que eu desse tapinhas nas suas costas. Enrolava-se frouxamente em torno do meu braço e se desenrolava quando eu lhe tocava a cauda gentilmente. Colocada no centro de uma sala, ela sempre me procurava. Éramos amigas.
Como outras pessoas tinham medo dela, eu a conservava trancada num banheiro extra lá de casa, a maior parte do tempo. Um dia, abri a porta do banheiro e vi que ela não estava lá! Agora media 1,80 m de comprimento e tinha um diâmetro de 12 centímetros. Não havia possibilidade de ter saído pelo ralo!
Encontrei-a dentro do reservatório de água para a descarga do vaso sanitário. O reservatório ficava perto do teto, com um cano que fazia a água descer até o vaso. Ela havia subido pelo cano e entrara no reservatório para dar um mergulho. Tirei-a de lá e coloquei uma tela sobre o reservatório, a fim de que ela não pudesse entrar mais. Então, Connie simplesmente ficou deitada sobre a tela por duas semanas.
Um dia, subi no assento do vaso sanitário para poder olhar Connie nos olhos. Falei:
– Connie, você não está sendo minha amiga ultimamente. – E dei um leve sopro em sua cara.
Antes de eu perceber o que acontecia, Connie deu um bote e me mordeu no nariz. O impacto me jogou longe do vaso sanitário, contra a parede oposta. Carreguei as marcas de sua mordida vários dias.
Não muito tempo depois disso, Connie recusou desenrolar-se do meu braço quando lhe toquei a cauda. Enrolou-se com mais força ainda, paralisando minha circulação. Entrei em pânico.
– Connie, sou sua amiga! – gritei.
Ela apertava cada vez mais. Minha mão ficou branca e amortecida. E como doía! Connie se voltara contra mim, exatamente como Ron me havia advertido.
– Alguém me ajude! – gritei.
Ron correu em meu socorro e disse:
– Connie deixou de ser sua amiga. É hora de nos desfazermos dela.
Escolhendo Amigos
Muitas vezes os amigos se voltam contra nós, como uma serpente, ferindo-nos muito. Que podemos fazer? Neste mês vamos descobrir.